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Novo sorotipo da dengue reforça necessidade de ações preventivas











Novo sorotipo da dengue reforça necessidade de ações preventivas


O sorotipo 4 do vírus da dengue, identificado recentemente no Norte do Brasil, ainda não chegou em Minas, mas reforça a necessidade contínua de ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. O novo sorotipo não circulava no País desde 1981. Por isso, a população brasileira não tem ainda imunidade contra ele, e pode haver risco de epidemia.

Segundo a gerente de vigilância ambiental da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Talita Chamone, circulam no Estado atualmente os sorotipos 1, 2 e 3, e a possibilidade de reintrodução do subtipo 4 representa um risco a mais para a população. “Se a pessoa já teve dengue pelo sorotipo 2, ela nunca mais o terá novamente, mas poderia ter pelo sorotipo 1 ou 3. E agora, o 4. Ou seja, aumentam as chances de ocorrência da doença, o número de casos e a gravidade, já que quem tem dengue pela segunda vez tende a apresentar quadros mais graves”, comenta. Os quatro sorotipos de dengue se diferenciam do ponto de vista genético. “Cada sorotipo carrega uma ‘assinatura’ específica, por isto um sorotipo de vírus dengue não imuniza contra outro tipo, porém todos os quatro sorotipos causam a mesma doença – dengue – com os mesmo sintomas”, relata.

A gerente de vigilância ambiental destaca também a importância de manter as ações de combate à dengue, independentemente de estarmos em um período mais seco e frio, quando a incidência da doença é menor. “Mesmo com o tempo desfavorável para o vetor, ele encontra uma maneira de se reproduzir, por isso é preciso eliminar os focos de água parada. Não adianta só esvaziar um pratinho de planta, é preciso escovar, para que os ovos sejam removidos e, de preferência, retirar o pratinho”, ensina. Segundo ela, o ovo do mosquito sobrevive fora da água por até 450 dias. “E se a temperatura for de 25 a 29 graus, em apenas sete dias, em contato com a água, ele se transforma de ovo para larva, pupa e mosquito adulto”, alerta.

De acordo com dados da SES-MG, 80% dos focos estão nas residências das pessoas, por isso a prevenção é possível e eficaz, como eliminar locais com água parada (vasos, pneus) e verificar as caixas d’águas para que estejam sempre bem tampadas. “As pessoas já têm informações sobre como evitar a dengue, mas cada um precisa realmente fazer sua parte. Temos que trabalhar todo dia no combate aos criadouros, que podem ser muitos em nosso ambiente, e permitem a proliferação do mosquito”, enfatiza Talita Chamone.

Plano de enfrentamento

Atenta aos riscos de aumento da incidência da dengue a Secretaria de Saúde de Minas Gerais está desenvolvendo um plano de enfrentamento. O projeto conta com a mobilização não só dos setores da saúde, como também do meio ambiente, defesa civil e comunicação, e vai agregar esforços às ações da SES-MG. Este ano a Secretaria realizou a capacitação de 2.098 profissionais, entre médicos, enfermeiros, gestores e agentes de saúde; viabilizou força tarefa para 31 municípios com grande transmissão da doença; ampliou as ferramentas web, que no caso da dengue conta com blog, twitter e jogo virtual; e investiu em distribuição de material educativo para todos os municípios de Minas.

Volta das chuvas requer atenção redobrada

Os números da SES-MG mostram que, no Estado, até o momento, já foram notificados 216.010 casos de dengue. Mas as estatísticas tendem a aumentar com a volta das chuvas, prevista pela meteorologia para setembro. Por isso, a médica infectologista do Hospital Eduardo de Menezes, da Fhemig, Tânia Maria Marcial, ressalta a importância de redobrar a atenção, tanto com ações de prevenção da dengue, quanto com relação aos sintomas. Segundo ela, a pessoa deve ficar atenta para não banalizá-los. “A dengue clássica pode ser identificada por febre, dor de cabeça (principalmente atrás dos olhos), dores articulares e manchas no corpo, e tem duração de dois a sete dias. Já o quadro mais grave, a febre hemorrágica, começa com esses sintomas, mas, entre o terceiro e o quinto dias, a pessoa apresenta alterações, como queda de temperatura, vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, tonteira, queda de pressão e desidratação. Esses são os sinais de alerta”, relata.

O diagnóstico precoce, a hidratação e o acompanhamento de pacientes com a doença é fundamental para diminuir a taxa de letalidade da dengue. De acordo com a infectologista, assim que a pessoa percebe os sintomas ela deve, imediatamente, procurar atendimento médico e pode ela mesma, preparar o soro caseiro para prevenir a desidratação.

Ela lembra, ainda, que é fundamental, após a confirmação do diagnóstico e medicação, que o paciente seja avaliado novamente pelo médico. “As pessoas costumam ficar preocupadas no começo e, quando há baixa da febre, elas acham que estão melhorando. Mas isso também pode significar o contrário, daí a importância da segunda consulta. O paciente pode retornar ao médico ou procurar a unidade de saúde mais próxima, pois os profissionais são orientados para esse trabalho”, completa. A Subsecretaria de Políticas e Ações em Saúde, da SES-MG, confirma que 95% dos casos podem ser solucionados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Fonte: ultimas notícias

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